Quando eu morava na roça, oh meu Deus como era bom.
A gente se reunia lá na taipa do fogão.
Mandioca, milho e cana era nossa plantação.
E tudo se resolvia lá na taipa do fogão.
Meu pai sempre nos dizia : ?Eu não gosto de fofocas,
enquanto papai falava,
mamãe rebenta pipoca.
às vezes vinha um sanfoneiro, eu pegava o violão e
muito se divertia lá na taipa do fogão
A vida na roça é dura, aumenta as dificuldades.
Nós um dia resolvemos vir embora ?cá pa cidade?.
Cheguemos de tardezinha em cima de um caminhão.
Já estava com saudade lá da taipa do fogão.
Apeamos a mudança, pôr as tralhas no lugar.
Enquanto tem luz do dia, é preciso trabalhar.
Às seis horas vão jantar, a comida esfriou,
o meu pai ficou zangado e pra minha mãe olhou.
Foi só ai que percebemos, quando vimos o botijão,
Faltava alguma coisa, era a taipa do fogão.
O tempo foi passando, nós agora acostumou.
Mas também já descobrimos o tanto que nós errou.
Agora chega lá em casa, de noite tá tudo mudo.
De alguns trabalham, á noite outros estudam.
Mas a coisa que é pior é a tal televisão. Que saudade
que eu tenho lá da taipa do fogão.
nós não sabia as notícias e nem via as novelas,
Não tinha sofá na sala e as roupas eram de flanela.
Mas ficávamos juntinhos, se amando como irmãos.
A família reunida lá na taipa do fogão.