Se o medo é o calabouço das almas dos pobres mortais
Existe um ser mais furioso que rompe até muito mais
Vai bordando a sua linha torta, perfazendo caminhos iguais
Nunca para, nunca senta, se nunca sempre for jamais
Num dia já é outro dia, de repente já é de manhã
Uma rosa já não é uma rosa, violeta-parra muda o clã
É aquele fogo se queima, consumindo tudo sem parar
É a porta estreita que se fecha, quem então consegue decifrar
Será que vai dar pé então?
De jangada ou de canoa,
Vai remando numa boa que ele não tem pressa de chegar lá não
Feche os olhos, sinta o vento
Mergulhando lá pra dentro, não tenha medo de navegar
Todo céu que se admira, existe outro céu por trás
Toda estrela sempre brilha, e brilha sempre um pouco mais
Quando o mel se cristaliza é porque é puro demais
A mente quando se ilumina é porque já encontrou sua paz...