Pensando na minha vida
Apertou meu coração
Recordei aqueles tempos
Que eu vivi lá no sertão
Eu morava num ranchinho
Que ficava a beira chão
O lugar era deserto
Mesmo assim achava bão
Levantava muito cedo
Ainda tinha escuridão
Tirá leite da vacada
Era a minha obrigação
Ou com chuva ou com frio
Eu entrava em ação
A vida era penosa
Mesmo assim achava bão
E no decorrer do dia
Cuidava das criação
Corria as invernadas
Montado num alazão
Eu era um bão empregado
E tinha um mau patrão
Meu ordenado era pouco
Mesmo assim achava vão
Namorei nesta fazenda
Uma tal de Conceição
Era a moça mais bonita
Que tinha na região
O pai dela era daqueles
Que não dava permissão
Nós namorava de longe
Mesmo assim achava bão
Já se passou muitos anos
Que eu deixei o meu rincão
Minha vida transformou-se
Hoje sou um folgazão
Por gostar da cantoria
Abracei a profissão
Mas se voltasse o passado
Mesmo assim achava bão