Enquanto vida eu tiver
Enquanto a vida me quer
Em cima da terra em baixo do céu
Fazendo uma serra caber no papel
Cantando o que eu puxo da inspiração
Enchendo o meu bucho de acorde e canção
Trancando as palavras nos currais da rima
Tornando- as escravas tão livres tão finas
Colhendo meus versos com mãos de poeta
Correndo na reta de um bom cantador
Cantarei meu canto no canto que entoa
Serei o encanto da imaginação
Terei nos baiões nas cantigas e loas
Os sons e a proa da minha canção
Do rei do baião cantarei o ensino
De um vão virgulino eu serei lampião
Moldado no barro de um rei vitalino
Cantarei o hino e a voz do sertão