Sempre ouço tuas pegadas
Mas não enxergo nada caminhando pra mim
A minha audição tá cansada,
Ou será que eu estou é com a visão ruim?
Pois tudo tá confuso e vazio
Meu terreno baldio tá crescendo no fim
Eu não encontro nenhum desvio
Pra livrar meu navio desse grande motim
Nada pra colher no jardim
Nada que me faça feliz
Ninguém consegue seguir assim
Essa não é a vida que eu sempre quis
Eu luto contra a minha preguiça
Essa areia movediça que não me deixa partir
Eu quero ir atrás da minha cobiça
Mas o fedor da carniça às vezes me faz desistir
Eu, particularmente, duvido
Que um amor destruído possa se restaurar
A não ser que ele não tenha sido
Inteiramente consumido por quem acreditar