Quando Retorno, Mãe Velha
Paullo Costa
Dona Dilha, prende um fogo em lenha buena
Que estou chegando basteriado de saudade
Quero aliviar a minha alma no teu rancho
Dessas angústias que me oprimem na cidade
Aquenta a água pra um mate de boas-vindas
Encilhei cedo por gostar da madrugada
E no sereno, rebrilhando à luz primeira,
Deixei um rastro nos acôos da cuscada
(Sinto-me outro quando retorno, mãe velha
Deixo pra trás o dia-a-dia e seus conflitos
Pra saborear o amanhecer na tua morada
Com café preto, pão de casa e ovo frito
Querida mãe, que és ternura feito gente
Num de repente faz a vida melhorar
Se fez coragem retovada de alegria
E ensina aos filhos o seu jeito de lutar)
As mesmas mãos que atendem bichos de terreiro
Sem que percebam o tempo e seus rigores
Dão cor ao rancho quando semeiam canteiros
Que têm a bânção de aquerenciar beija-flores
Dona Dilha, chama os manos pro almoço
Pra revivermos os encontros de carinho
Quero ouvir o que eles têm pra me contar
Enquanto eu conto o que aprendi pelos caminhos
(Sinto-me outro quando retorno, mãe velha
Deixo pra trás o dia-a-dia e seus conflitos
Pra saborear o amanhecer na tua morada
Com café preto, pão de casa e ovo frito
Querida mãe, que és ternura feito gente
Num de repente faz a vida melhorar
Se fez coragem retovada de alegria
E ensina aos filhos o seu jeito de lutar)