Derrubaram a muralha
e os planos de quem trabalha
mais uma vez a dor
Gritos agonizantes num porão
mais uma vez se ouvirão
e o que foi feito evaporou
Recados foram dados e não ouvidos
fomos pegos desprevenidos
é assim que eles trabalham a dor
É o fio da navalha
contra o fio da lã de malha
de quem se defende do agressor
E o sonho real nem se nota
com o pesadelo medonho de volta
é acordar mais uma vez na dor
Instituíram a desconstituição
deram a comenda aos sem perdão
só há poeira no que ficou
Um grito de alerta ecoou
a paz, já nem flerta mais com a dor
é a presa de volta à mão do opressor
destruíram um país
e com ele a saga do povo que diz
e tem "a certeza na frente e a história na mão"
O sonho de ser feliz
certamente não condiz
com a história velha e nova da nação
Rasgaram o livro das leis
se auto elegeram reis
passaram a ditar dor
nos transformaram, de novo, em escória
adulteraram a essência da história
em benefício do transgressor
Já foi celebrada uma vitória
por essa camada inglória
que num precipício se atirou
Como se pode promover a paz
se as manchetes dos nossos jornais
semeiam um ódio ditador
Não se comunga com o traidor
não se resmunga como um sofredor
se levanta a bandeira da reconstrução
não se abala com o que desabou
mesmo, se há bala contra o bem feitor
Não se tira de um povo uma nação!