Aproveito pra viver enquanto não estou morto,
Um corpo vivo, cheio de inspiração.
A transpiração revela a resistência ao conforto,
Confrontando o oco que corrói o coração
Um aperto de mão com o futuro,
Um tiro no escuro, uma escarrada na cara do mal,
Uma pitada de sal no olho insosso,
Um sussurro ao pé do ouvido da esperança.
A esperança não é muda,
Tem voz de trovão,
Estremece os alicerces
Do império do cão
Aprendendo a aproveitar,
Sem apressar, com paciência,
Fico de boa com o autor da existência.
A aparência é apenas o que parece ser,
O ser que é só aparece pra quem crer.
A sorte não fica em cima do muro
A água morna é vomitada no final.
A vida é mole, a ignorância é dura,
Mas a vida tanto bate,
Tanto bate até que cura
A esperança não é muda,
Tem voz de trovão,
Estremece os alicerces
Do império do cão
De pés nus caminhar em pontiagudas rotas,
Derrotas, vitórias e aprendizagem
A glória ou a ruína quem faz é a ação,
Vou vivendo e absorvendo a mensagem
Tô na labuta sem pátria e sem padrão,
Retornando ao meu estado natural.
Na real o fim do mal é perseverança,
Quem busca sempre alcança
A esperança não é muda,
Tem voz de trovão,
Estremece os alicerces
Do império do cão.
Composição: Paulo Cézar