A casa do joão-de-barro é forte e bem rebocada
O matagal bem fechado é morada da pintada
A casa de quem trabalha é limpa e bem arrumada
A casa do preguiçoso vive suja e bagunçada
A patroa sofre muito pra tirar água do poço
Preguiçoso passa sede mas não tira a mão do bolso
Quer que traz água na rede e na hora do almoço
Só quer peixe sem espinho e azeitona sem o caroço
Na horta da minha casa tem alface e almeirão
Tem cenoura e rabanete, cebolinha e agrião
No cantinho lá da cerca pé de manga e de mamão
Na horta do preguiçoso só tem mato e colonião
O trabalho é preciso a quem bom futuro anseia
Dia-a-dia, sol a sol pra fazer o pé de meia
O caboclo que é valente boca quente não rateia
Só de pensar no trabalho o preguiçoso sente canseira
Preguiçoso vira e mexe sai da cama quando enjoa
De pijama toca e meia e na rede se amontoa
Escorando pela vida e levando numa boa
Meio vivo e meio morto ele vai vivendo à toa