Faz pena vê minha paioça la na roça
Junto à um tronco de ipê
Fica meus olhos só de magoa, cheio d'água
Cum sodade di vancê
A noite eu passo tão sozinho no ranchinho
E adormeço a meditar
E de manhã quando desperto tão deserto
Vejo o rancho à soluçar
Minha viola abandonada, pendurada
Veve triste a recordar
Que vancê pela tardinha sempre vinha
Me pedir para cantar
A tarde morta da choupana, soberana
Nos galhos do sapoti
Vendo que o dia se acabava, soluçava
Um choroso bem-te-vi
Hoje a choupana veve aberta, tão deserta
E a viola emudeceu
Nada mais no ranchinho existe, tudo é triste
Tudo é triste como eu
Eu juro que no meu ranchinho, pobrezinho
Ninguém entra nunca mais
Se um amor fugiu do trato, foi ingrato
Todos eles são iguais