Entrei pela porta da frente sem pedir licença
Bem na sala dos monstros que ocupam minha cabeça
Girei a maçaneta pronto pro arrebento
Na penumbra uma luz piscava em silêncio
Deu pra ver um sofá com remorso sentado
Me olhando de canto parecia ter chorado
Ao lado tava o orgulho que pediu um cigarro
Como sempre foi serra, já chamei de safado
Dei o papo pro sapo vim pra trombar o medo
Cadê esse malandro? Ele tá se escondendo?
O ódio apontou o dedo na direção de um espelho
Primeiro hesitei, depois olhei cabreiro
O que eu vi foi eu mesmo, sozinho e enfermo
Ilusões visuais de um bagulho que temo
De repente o enredo dessa cena mudou
Uma risada sinistra e a luz se apagou
Venho então um clarão pique de data show
Projeção na parede de um filme começou
Parecia antigo filmado com a retina
Memórias esquecidas de erros que eu cometia
Então o narrador falou sobre egoísmo
Um dos piores venenos altamente nocivo
Saída de emergência
Dispensa todas as mentiras que guardei pra mim
Agir com inteligência
Aparência engana a vista quer te iludir
Pior que ele tá certo me falou o lamento
Ascendendo a luz com arrependimento
Me ofereceu culpa como se fosse breja
Só que ao invés de dá brisa dá peso na consciência
Eu neguei com certeza, só tava esfomeado
Mas também vi a vingança come um prato gelado
Num era hora disso fui até a varanda
Que tinha um cheiro forte pois fumavam ganância
Então eu cheguei junto pra resolver a questão
Mas num fumei com os caras botei um do perdão
Todos deram uns tragos e sumiram de vista
Quando olhei para os lados a varanda vazia
Mas a sala tá cheia e sempre terão habitantes
Cê só precisa entender quem que é o comandante