O que será de mim sem tua fala...
O que será de mim sem tua prosa...
O que será de mim sem teu poema...
Tua frase, teu dilema, tão humana voz de Deus!
Que vive a pôr detalhes na minh'alma
E preces nos meus olhos quando choram
Põe flores no jardim quando é inverno
Alegria nos meus verbos quando a dor se acende em mim.
Quem me dera ter na fresta da janela
Esta luz que se desprende de tuas mãos
Refletido nas palavras que organizas
Deus nos fala pelos cacos de um vitral
Tão Adélia Deus me olhou nos olhos dela
E ensinou-me a eternidade desejar
E no tempo dos seus verbos fez morada
Que nos calam, pondo a vida pra falar
O que será de mim sem tua chama
Que chama o que de mim não sei o nome
Dissolve o meu silêncio com palavras
Pela fé iluminadas, clareando a escuridão.
Eu vejo em tua voz um tom de eterno
Estrada oferecida a quem não tem
Destino de chegada ou de partida
Um bilhete de acolhida para quem não tem ninguém
Quem me dera ter na fresta da janela
Esta luz que se desprende de tuas mãos
Refletido nas palavras que organizas
Deus nos fala pelos cacos de um vitral
Tão Adélia Deus me olhou nos olhos dela
E ensinou-me a eternidade desejar
E no tempo dos seus verbos fez morada
Que nos calam, pondo a vida pra fala