Sou um cabra repentista
Escrevo, não me atrapalho
Estimo minha caneta
Ferramenta de trabalho
Eu não sou homem de libras
Mesmo assim quebro meu galho
Quando estou indeciso
Apelo pro dicionário
Eu não dou nada de graça
Não sou bobo e nem otário
Eu não sou cabra gabola
Se rezo não sou vigário
Não sou homem invejoso
Isto é estilo de lacaio
Tal como macaco tolo
Que no pulo cai do galho
Tempero minha viola
Com bom gosto e sem alho
Sempre falo com certeza
Se não sei também não falo
Sou caprichoso no pinho
Pra isto dedo tem calo
Quem não quer ficar por baixo
Que não faça de otário
Sou filho de cabra macho
Não deixo nada pra trás
Não sou cabra engasgado
Sou devoto de São Braz
Tenho o meu corpo fechado
Pra afastar o satanás
Eu não sou de dar moleza
Pra quem quer falar demais