O rio, cidade que é sede
Dos jogos do amor, excede
Em convites que são mais de mile vão do mais óbvio e vil
Ao mais tênue, mais sutil,
E fazem do rio o rio.
E quem teme ou não topa o que é bom
Do leme até o leblon
E em copa do réveillon,
Do posto 6, de drummond?
Do sambódromo do semi-nu,
De um carnaval com glamour,
A um discreto grajaú,
Sempre se rompe um tabu.
A beleza da força no ar
Da natureza invulgar
Desse lugar singular
Convida-nos a amar.
O rio, cidade com sede
De fogo de amor, concede
Liberdade para azaração,
Points, mato de montão
Para caça e pegação.
Praia, praça, calçadão.
Ipanema de cada sereiagata sarada na areia,
De tanta bandeira gay a
Fazer olhar quem vagueia.
O ao redor da rodrigo de freitas,
Onde tu, amigo, espreitas
Perfis e pernas perfeitas
Sonhando com quem te deitas.
E quem quer ficar só, por azar?
Lá na lapa em cada bar,
Ao som do samba no ar,
Sorte de quem azarar!
O rio, cidade que é sede
Dos jogos do amor, se excede
Na cachorra do morro que excita
O baile em que ela exorbita
No sexo que se explicita
No funk que ela exercita.
Mas o cristo afinal redentor
Vem abençoar o suor
De um par adorando o pôr
Agora no arpoador.
A visão da baía que é duca
Causa a vertigem maluca
E eu quase morro da urca
Ao pico do pão de açúcar.
Uma louca sugesta no ar,
De festa a se preparar,
De êxtase par a par,
Convida-nos a ficar.