Meu anjo da guarda
Não quer mais trabalhar
Pendurou sua auréola
Subiu a favela
Foi comemorar
Pediu por cachaça
Não quis nem conversar
Já foi virando as costas
Fiquei sem resposta
Não quis me escutar
(Refrão) E agora, o que eu faço?
Meu Deus, ai de mim
Entrou no pagode
Tocou tamborim
Ficou lá no morro
Não foi trabalhar
Deu pane no céu
Ninguém vem me salvar
Meu anjo da guarda
Tropeçou no sofá
Entre um porre e outro
Chega todo torto
Vem desabafar
Diz que a vida tá dura
Que tá "brabo" lá em cima
Que cansou de sofrer
E prefere viver cá em baixo sua sina
(Refrão)
E mesmo que ele perca a eternidade
Pretende viver com intensidade
Comprar uma casa com sauna e piscina
Viver de batuque, de verso e de rima
A vida na terra já tá complicada
Suor do trabalho pra ver quase nada
E ainda por cima o papel se inverteu
E agora quem cuida do anjo sou eu
(Refrão)