É querosene, é gasolina e o motor vai rodar
Segura a saia pro vento não levantar
E bota lenha na fogueira pro feijão cozinhar
No microondas põe pipoca pra estourar.
Cana-de-açucar, biodiesel e vende o boi de puxar
Porque a máquina não pára de lucrar.
É de mamona, é peroba, óleo de tudo que há
Mas falta pouco pro petróleo acabar.
O óleo diesel ainda tem
Lobo-guará, tupinambá tinha também
Água de rio ainda tem
Apinayé, mico-leão tinha também
É raio laser, é vitamina pra tentar segurar
A mão do tempo que não pára de surrar
É um gigante catavento, a energia a girar
A mesma força que provém da luz solar
Avião à jato, automóvel vão de lá para cá
Até o inverno tá mudando de lugar.
É Irapé, é Sete-Quedas pra nação funcionar
Toma essa enxada "que é pra mode capiná"
O óleo diesel ainda tem
Lobo-guará, tupinambá tinha também
Água de rio ainda tem
Apinayé, mico-leão tinha também
O alumínio ainda tem
Coisa de um, de dez, de mil, coisa de quem?
E se faltar vai ficar sem
Não adianta nem rezar dizer amém
O mundo gira, a terra frita.
Dança catira enquanto deixa incendiar.
Já ta na mira a marcassita
Para meter no tanque e ver o que é que dá