Aquela caneta no museu
Poucos sabem que foi eu
Que a empunhou por tantos anos
Que com ela escreveu chorando
Mas todas as vezes amando
Tentando driblar o desengano.
É uma caneta de prata
Bonita mas bem pacata
E nada de tão precioso
Nas mãos de um poeta nato
Que morreu no anonimato
De um verso harmonioso.
Que só falava de carinho
De uma flor e muito espinho
Mas com perfume sem igual
Creio que foi ai que eu errei
Quando eu humilde poeta tentei
Aninha-la num bonito pedestal.
Descobri que de amor pouco entendo
Mas por DEUS eu só me arrependo
Por ter escrevido tão pouco
E aqui jáz um poeta que amou
E um jardim de rosas cultivou
E nunca teve nada de louco.
E nessa ultima poesia fica
O que a existencia não explica
Sobre uma delicada e suave beleza
Quem sabe lá na eternidade
Numa dimensão de maior lealdade
Eu consiga entender com clareza.