Eu que sou caipira e vim do mato, meu irmão
Homem da terra que semeia a plantação.
Carro de boi era minha condução
Eu que sou caipira e vim morar nessa cidade
Cidade grande reacende a saudade
De uma encosta que dá vida ao ribeirão
Aqui a chuva não refresca a terra
Não tem mata não tem serra
E nem canta o sabiá
O asfalto sufocou a natureza
E o meu sonho de grandeza
Se perdeu nesse lugar
Ah que saudade da vidinha na fazenda
Do nosso fogão de lenha
Da mamãe e do papai
Eu vou lembrando
Sinto os olhos rasos d’água
Dói o peito é tanta mágoa
Tempos que não voltam mais
Velha porteira, o milharal
Chapéu de couro, passarinhos no quintal
Velha porteira me faz buscar
A minha infância, o tesouro da lembrança
Do meu íntimo lugar.