Eu me pergunto por que fui deixar o norte
E vim tentar a sorte aqui na cidade grande
Se lá eu tinha tudo aquilo que queria
Era feliz e não sabia hoje eu sei por onde ando
Quando cheguei senti uma grande diferença
Esse povo até tem crença mas não sabe nem viver
Durante o dia é aquele corre-corre
E à noite muitos morrem sem mesmo saber por que
Tem jeito não tem jeito não
Não vou poder ficar longe do meu sertão não
Tem jeito não não tem jeito não
Eu vou voltar é no primeiro caminhão
Se sáio á rua fico muito assustado
E o povo desconfiado sem querer me responder
Quando pergunto se estou certo no caminho
Saem logo de fininho sem ao menos me dizer
No meu sertão tenho toda liberdade
O povo só fala a verdade você pode acreditar
Se alguém precisa de ajuda ou abrigo
Irmão ou desconhecido pode se acomodar
Se estou deitado custo a pegar no sono
É um barulho tão medonho de carro e de avião
E sem falar nesses sons eletrizantes
Toda hora todo instante o pensamento é confusão
No meu sertão me recolho à tardezinha
E a noite é toda minha nada vem me incomodar
Quando levanto inda é de madrugada
Um coro de passarada é que vem me acordar