Vou lhe falar de um lugar
Que já é hora de mudar
Onde as pessoas exploradas
Só vivem para trabalhar
Para servir à minoria
Escravizados a maioria
Um dia após outro,
Outro dia, mais um dia
Pagando mais impostos
Mas sem ter onde morar
Vivendo pra sobreviver
Não há tempo nem pra chorar
Vivendo em um caos, uma lavagem cerebral
Injustiça na miséria total
Muita alienação, meios de comunicação
Rádio, jornal, televisão formam opinião
De um lado estão os ricos de outro estão os pobres
Ricos cada vez mais ricos, pobres cada vez mais pobres
Os pobres trabalhando cada vez mais
Estão vivendo, estão morrendo como animais
Roubando e brigando
Se matando pra comer
Fugindo, se escondendo
Tentando sobreviver
A violência na cidade aumenta cada vez mais
São noticias nos jornais
Como encontrar a paz?
Mas desse jeito não dá mais pra ficar
Greves estourando por todo lugar
(eu disse muita, muita gente
Muita gente escravizada
Estejam todos prontos
Para a caminhada)
E não dá mais pra agüentar
Tantos anos de lavagem cerebral
Morte física e mental
A situação é um caos total
Não, não, não dá mais pra agüentar
Vamos nos organizar
Para sair, para lutar
O povo sai pras ruas para a grande caminhada
Saindo de suas casas,
Saindo das fábricas
A cidade está parada
As ruas estão lotadas
E a cada segundo há mais pessoas na grande caminhada
E todos juntos estão nessa como irmãos
Negros, brancos, pessoas de qualquer religião
Nos tiraram quase tudo, o que temos a perder?
Então porque você não vem para a grande caminhada?
O que queremos é apenas a nossa liberdade
É o direito de sermos livres em nossa sociedade
Porque ser livre é ter o direito de trabalhar
Ganhar o que é justo para uma família se sustentar
Que liberdade é essa que nós temos
Se na porta dos hospitais nós morremos?
Sem saúde sem emprego sem educação
O que mudou desde a escravidão?
(eu disse muita, muita gente
Muita gente escravizada
Estejam todos prontos
Para a caminhada)
E quando tudo parecia estar bem
Chega a repressão
A polícia então chega
Começa a confusão
A polícia então chega
Começa a nos espancar
A ordem é atirar pra matar
Mas nós temos que lutar
E eles não tem nenhum perdão,
Atiram na multidão
São mulheres, crianças e velhos
Caídos no chão
Gás lacrimogêneo, eles tentam nos deter
Cacetetes, capacetes eles dão tiro
Não querem nem saber
(pá-pá-pá pá-pá)
Irmão contra irmão pra manter a escravidão
Mas dessa vez vai ser diferente
Porque o povo consciente
Unido sabe o que quer
E não vai desistir, enquanto não fazer cumprir
Justiça, igualdade, liberdade de ir e vir
O prejuízo já chega a milhões
O povo continua então na rua
Não há mais opções
É aceitar ou aceitar
O que eles têm a fazer
Não temos nada a perder
É matar ou morrer
Porque dessa vez
Eles aceitarão
A minha solução
É a revolução!
(eu disse muita, muita gente
Muita gente escravizada
Estejam todos prontos
Para a caminhada)