ANDANDO SEM RUMO
Pineia
Andava sem rumo, firme e decidida pela madrugada
Pra qualquer lugar pra lugar algum
Seguindo sempre em frente
Andava sem rumo invisível, sossegada
Pra qualquer lugar pra lugar algum
Cabeça erguida pela madrugada
E o nada dispersa
as certezas e de súbito
destrói a esperança
Os traumas guardados
no profundo e sombrio
poço inconsciente
Vultos subvertem
a frágil harmonia
e lhe transportam para onde querem
Um lugar no espaço entre o dia e a noite
Onde o passado não pode passar
Andando sem rumo pela madrugada eu vou
Todos os sons
o silêncio na praça
o medo é pior que a dor
todas as luzes
a estrada surgiu
onde poucos caminham
e o nada perturba
angustia, excita
os fantasmas aparecem
cutucam feridas
provocam impulsos
me deixam maluca
eu vou vencendo limites
eu vou me superando
eu vou por novos caminhos
eu vou
Andando sem rumo pela madrugada eu vou