Na cidade de Barretos
Um amigo me contou
A história do Soberano
Que o menino sarvou
Foi um milagre divino
Que na Terra Deus mandou
Pra sarvá aquele inocente
De um boi preto e valente
Que sua fama esparramou
Este fato meus amigos
É um causo verdadeiro
E o pai deste menino
Também era boiadeiro
Era um home ricaço
Não lhe fartava dinheiro
Saiu atrás do seu dono
Para comprá o Soberano
Quero lhe amansar primeiro
Na compra do Soberano
Lhe custou muito dinheiro
Ele ficou orgulhoso
De ser o rei dos boiadeiro
Agora vou te amansá
Do meu jeito costumeiro
Mandô chamá seus peão
E furava de ferrão
Aquele boi traiçoeiro
Por ser um home marvado
E também sem religião
Em milagre eu não acredito
Isto nunca existirão
O Soberano gemia
Amarrado no mourão
Não foi o poder divino
Este boi é um assassino
Já matô muitos cristão
O Soberano raivoso
Urrava como leão
Com seu laço resistente
Arrancou até o mourão
Deu uma chifrada no dono
Lhe arrancando o coração
O boi sarvô seu menino
Mas o seu pai assassino
Que não teve salvação