Juca era um carpinteiro
Trabalhava o dia inteiro
Numa empresa funerária
Só tratava desse assunto
Fazer caixão de defunto
Coroa, cruz e mortalha
Juca disse ao seu patrão
Vou fazer o meu caixão
E quero deixar marcado
Pra no dia que eu morrer
Eu quero ter o prazer
De nele ser enterrado
No quarto da funerária
O caixão e a mortalha
Muita gente ia ver
Para o Juca perguntava
Assim ele explicava
("Este caixão, há há há... é meu
É para o dia que eu morrer")
Mas porém um certo dia
Numa grande pescaria
Juca morreu afogado
Seu corpo ninguém mais viu
Nas águas bravas do rio
Ele ficou sepultado
Lá na funerária existe
Um quadro funesto e triste
De terror e emoção
Uma voz a gente escuta
É do carpinteiro Juca
("Vim buscar o meu caixão
Eu quero o meu caixão
Há há há há")