Hoje eu vi um passarinho,
tão bonito preso em uma gaiola.
Mais belo era o seu canto afinado
que ele entoava a todo instante
para passar a hora.
Por um momento percebi que o seu canto
era como se fosse um desabavo
de quem por dentro chora.
Ah! Doce liberdade vivida outrora.
Pobre passarinho poderia estar voando
pelos campos afora.
Pobre de mim, pobre de mim..
Que ouvindo a sua melodia triste,
a saudade me invade e se aflora.
Meu amigo passarinho
eu também sou um prisioneiro,
cárcere de um destino ingrato
um pouco diferente do seu vivido agora.
Desiludido, vago pelo mundo,
tentando esquecer um grande amor
que foi-se embora.