Em Marapanim quando a Lua se levanta
Traz junto com ela o suor da multidão
E na amplidão, ressoa forte o pé que levantando o pó do chão
Põe no meu coração o carimbó
E eu tão só, morena, e eu tão só
Tomara que tu me venhas num canto de carimbó
Vi tua anágua voando pelo céu
Rasguei, morena, meu sonho de papel
Seremos como linha e carretel
Giramos com gira o carrossel
E eu tão só, morena, e eu tão só
Tomara que tu me venhas num canto de carimbó
A Lua sai de madrugada no romper do Sol
Ela vai acompanhando o namorado que é o Sol
Oh Lua Lua luar me leva contigo pra passear
Oh Lua Lua luar me leva contigo pra passear
O pescador quer beber
Vai beber no Guajará
Vento no bote, força no remo
Canto de atravessar
Senti a força do vento que vem do norte
Levantei peguei o bote
Naveguei pra gapuiar
Tava tão forte essa maré tava de morte
Quase que virou o bote
Fez bote rodopiar
Virei a proa pro rumo de São José
Pra não pegar contra a maré
Pra ver se dava pra chegar
Cheiro de peixe, pitiú, olho de boto
Barco que dorme no porto
De costa pro Guajará
Vem morena, vem de Canapijó
Vem mostrar pra gente como se dança o carimbó
Quero te ver morena, quero que venha só
Pra dançar o tipiti e também o carimbó