Os carros passam barulhentos
Numa estrada sem direção
Despercebida a noite cai
Nos cai tão bem
De onde saem tantos ruídos
Que só se ouvem quando a noite vem?
O temo passa e nós passamos também
Pra quem não viu passar
E corre contra o vento
Correndo quilômetros pra dentro de si
E segue surdo ao mundo
Que grita sem parar
Palavras no espaço e fora do espaço
Palavrando a boca de quem vai gritar
Tempestades de suor
Marcam o rosto de quem não quer
Deixar-se ver
Mostrar-se no mundo