O mal estar deixou sua marca neste tempo
Que ainda tortura quem já foi crucificado
Quem é capaz de oferecer algum alento
Com o espelho da alma estilhaçado?
Vidros embaçados no engarrafamento
Em meio à multidão vejo um rosto borrado
Talvez seja suor, talvez seja o lamento
Pela desgraça de um dia desperdiçado
Uma brasa acesa na janela do apartamento
Será alguém sozinho ou acompanhado?
Corpo pra fora, perigoso movimento
Desvio rápido meus olhos pro outro lado
Expressionismo abstrato no cimento
O anjo da morte não contava com o impacto
Grito sufocado, peso do silêncio
Eu trocaria com Atlas este fardo
Quisera eu um tsunami
Sobre as catedrais
Fumaça negra ganharia os céus
Choveria cinzas
Quisera eu um tsunami
Sobre as catedrais
O peso de todos os ais
Ansiedade que confunde o pensamento
Nove de espadas me deixou o seu recado
O escaravelho rola sobre a Lua o excremento
Adiando um novo dia ensolarado
Milhões em desespero, eu não entendo!
Depositando sua fé no cara errado
Não faz sentido falar em merecimento
Se um passado negro gera um futuro árido
Quisera eu um tsunami
Sobre as catedrais
Fumaça negra ganharia os céus
Choveria cinzas
Quisera eu um tsunami
Sobre as catedrais
O peso de todos os ais