Segunda Idade
Sander
Eu que pensava se as pessoas me olhavam desse jeito
Só porque eu fazia o tipo experiente
Mas fui ver me enganei, eu estava doente
E toda vez que olhava as meninas na rua
Eu não sei o que dava eu não sei o que eu tinha
Mas a minha família me chamava de louco
Louco é quem diz que eu tenho que ficar em casa
Sofrendo, morrendo, tremendo e dizendo que talvez um dia eu possa melhorar
E vejo os carros passando e as pessoas sorrindo
Na certa eles estão se divertindo
Mas eu sei pode crer, que um dia isso vai acabar
Porque um dia eu tive aquela certa idade quando a felicidade insiste
Em ser um carro bom e uma boa mulher p’ra fazer sexo onde eu quiser
Eu plantei as flores da última estação
Onde via luzes só há escuridão
E quando o dia terminar, não sei se vou voltar
Sabe-se perdas são perdas estou acostumado
Andando caído ás vezes dopado, nem sei quantas caixas de remédio já tomei
E sem sucesso hoje em dia eu sou sempre lembrado como um pobre coitado
Que não tem alegria, sem destino nem trilha, não sei onde vou chegar
Sei que a vida é um teto sem quatro, paredes flutua no espaço
Sem verdes nem redes, e correm um sério risco desabar
Saiba que um dia eu tive aquela certa idade quando a felicidade consiste
Em ter um carro bom e uma boa mulher p’ra fazer sexo onde eu quiser