Meu Deus muito obrigado o morto ressuscitou
Respondeu a oração quando o doente chorou
Procurei nas baladas algo que enchesse o meu vazio
Uma breja, uma mina, um abraço sombrio, um beijo
frio
Procurei no boteco, chapei o caneco e na maconha um teco
Fui prego, choppe, pinga, whisky e os desafeto
Pai eu chorei ninguém sabe o quanto chorei
Dias ensolarado, mas no meu quarto me tranquei
Olhei no espelho e não me aceitei tive vergonha
de mim
Porque minha pele não era branca? Eu já pensei
assim
Queria ter o cabelo loiro e o olho azulzinho
Já sofri muito preconceito desde pivete até aqui
Mas hoje eu sei meu valor a casa caiu a mentira acabou
Hoje sei quem eu sou quem me chamou pra aonde
vou
Jesus me deu um novo canto enxugou meu pranto
Curou minha depressão por isso eu canto
Aleluia, aleluia
Aleluia, aleluia
Andei corri na contra mão, como cego vaguei sem direção
Um aperto uma angústia no coração, amei me
entreguei à perdição
Chorei, gritei, ninguém me escutou, pedi
socorro ninguém ajudou
O ódio me sufocou, o vício me dominou, as trevas
me cercou o inferno me ganhou
Pra aonde ir? Pra aonde correr? O que fazer?
Aonde se esconder?
Fugi perdi a vontade de viver, desejei morrer
Tive medo de me olhar no espelho, vergonha da
minha fala e do meu cabelo
De noite e de dia eu vivia a chorar, só
esperando a morte vir me tragar
Me tranquei num quarto, me escondi do mundo
amei o mundo, odiei o mundo
Pensei em acabar com tudo cortar o meu pulso e
dar de presente pra minha mãe um luto
Dar adeus pro mundo pro seus absurdos e do outro
mundo encontrar um rumo
Mas consegui vencer o meu luto eu encontrei em
Deus um amor profundo
Aleluia, aleluia
Aleluia, aleluia
Me derrubaram, me cuspiram, o inimigo me surrou
zuou, abusou, Judas me beijou
A luz se pagou meu brilho acabou a minha
auto-estima o ladrão roubou
Olhei pros mano e não achei ninguém hoje quer o
meu mal quem queria o meu bem
Cadê meus manos me abandonaram também olhei pro
lado e não sobrou ninguém
Fui refém do medo, fui refém dos becos, fui
refém daquilo que amarela os dedos
Um copo, um isqueiro, alívio pro meu desespero
ganhei um novo nome maconheiro
Me sentir desprezado é memo embaçado quando todo
mundo te deixa de lado
Coração machucado tem ali e foi pisado e pelo
sistema fui roubado
Barraco de pau-a-pique chão batido, mas ali
dentro crescia um menino
Sem brilho um morto vivo que foi encontrado pelo
Deus vivo
Que foi ressuscitado pelo Deus vivo que foi
lapidado pelo Deus vivo
Louve o pai, louve o filho, louve, louve o Santo
Espírito
Ele me amou como ninguém enfrentou a cruz pra
ver o meu bem
Ele me amou como ninguém carregou a cruz pra ver
o meu bem
Ele me amou como ninguém venceu a cruz pra ver
o meu bem
Ele me amou como ninguém ressuscitou pra ver o
meu bem