Eis que a manhã levanta invadindo com luz, dissipando as trevas
Eis que um dia nasce trazendo consigo as cores da cidade
E eu já não me culpo,
já nem mesmo escuto os sussurros da solidão
Tranco janelas e portas, eu já vou me embora, renego a clausura
E ao percorrer o caminho eu não vou sozinho,
levo alguém no coração
Chuto as pedras de tropeço,
Enfim, dos agrestes fardos me desfaço
Sei, não é o que faço que vai combater toda a peçonha
Mas devo levar em conta: me privar do mundo pouco adianta
Quero esquecer do que foi, daqui em diante vai ser diferente
Quero vestir nova roupa, sentir novo aroma,
ser bem mais contente
Bem, vou dizendo adeus às manias que não me entregam nada
Quero crer que minha luz vai brilhar
sem depender do seio de outro alguém
É, já não me ofusca o brilho da verdade
Eu já não me engano, não forjo a ansiedade
Não vou mais fugir, nem tentar conduzir
Sei que hei de estar onde for pra ser