Quem nasceu e se criou no campo
Na cidade jamais se conforma
Minha vida perdeu o encanto
Desde quando de lá fui embora
Vivo aqui numa selva de pedra
Feito um bicho acuado no mato
Que saudade do cheiro do gado
De ouvir um inhambu no cerrado
Com meu mundo eu perdi o contato
Oh viola, oh viola, oh viola
Só você minha magoa consola
Oh viola, oh viola, oh viola
To morrendo tão antes da hora
Eu aqui sou um quase inútil
Não entendo e nem sirvo pra nada
To morando num prédio de luxo
Mais parece uma cela trancada
Quando sol vem anunciando o dia
Não escuto um galo cantando
No lugar de ouvir passarada
Só barulho de pés na calçada
E os motores de carro roncando
Oh viola, oh viola, oh viola etc..
Que saudade eu tenho da roça
Da lavoura de milho verdinha
De colher meu arroz no banhado
De beber a água na biquinha
De andar pelo o campo a cavalo
E ver boi pelo pasto berrando
Sei que sou um matuto de fato
Um caipira um bicho do mato
A cidade esta me matando
Oh viola, oh viola, oh viola etc..