Deixei a janela aberta
Para a fada madrinha entrar
Mas ela não apareceu
Porque não sabia voar
Deixei-me de merdas e fitas
Para ver se olhavas para mim
Mas uma flor nunca tocou o chão
E eu nunca serei jardim
La, la , la, la, la, la, la
E desce, desce rio abaixo até ao mar
Desce e aprende a viver
Porque hoje és tão diferente de quem te viu nascer
E quando cresci, tive que reprimir
E trancar a criança que queria sair
Moldamos o que somos a um mundo mau
Que não cura e está a ruir
De passo frouxo
Olhando o chão
Com trinta sóis aos ombros e nenhum no coração
E ponho a mão no peito e sente o que tenho para dar
La, la, la, la, la, la, la
Voei num sonho e caí
Tentei jogar e perdi
Fechei a porta e então para quê entrar
Se eu não faço diferença à tua presença
Esta sentença que me sou
(Voei num sonho e caí)
(Tentei jogar e perdi)
(Fechei a porta e então para quê entrar)
(Se eu não faço diferença à tua presença)
(Esta sentença que me sou)
La, la, la, la, la, la, la
Deixei que a doença estendesse
Os seus braços negros por mim
Estou velho, cansado
E não vi passar
E o meu rio secou por fim
E o meu rio secou por fim