Indignação, medida de proteção não adianta
Antes de matar ele te espanca, na roupa vermelha mancha
É só uma discussão de casal
Ninguém mete a colher e é mais um crime passional
Irracionalmente a mente louca e doente
Imagina a traição que não existe, novela triste
Justiça de vaga permite pra quem agride
A repetição da cena que ninguém assiste
Quem me tirava sorrisos, hoje quer tirar gritos
Eu não aceito, de nenhum jeito eu permito
Te aceito como meu marido, firmo compromisso
Não quero ser tirada e nem tratada como lixo
É isso, tenho o meu compromisso e não paro
Por isso denunciar abusivo, não me calo
Tentou me desarmar, suas ideias foi pro ralo
Escute esse som que é desabafo
Sou preta direita, me respeita, me aceita
Como eu sou, me dá flor, me chama amor, ô, ô
Porque quem ama não maltrata, não trate
Joia rara como se fosse uma carne barata
Sufoco, corda no pescoço e ninguém sabe
A luta de uma guerreira contra um covarde
Pancadas, sinais de luta corporal
Assunto repetido na quebrada e no jornal
Tá tudo errado, bico calado, denuncia!
Crueldade, força bruta, covardia
De quem um dia jurou amor, proteção
Quando na verdade deu mentira e traição
Hoje ameaça te matar com as próprias mãos
Guerreira de verdade desembaça e fala não
Levanta, sai do chão, ergue a cabeça
Lembra que o criador nos fez todas princesas
Perfeitas desde a unha até o fio de cabelo
Beleza interior que não se mede frente ao espelho
Chega de olhos vermelhos, tristeza e lágrima
A vida te reserva o melhor, vira a página
Sou preta direita, me respeita, me aceita
Como eu sou, me dá flor, me chama amor, ô, ô
Porque quem ama não maltrata, não trate
Joia rara como se fosse uma carne barata