Ouvir minha voz
Cantar pré, pós
Por mim, por vós
Cota pra 'nóis' pros boys não é absolvição
(Matraca)
Tem certas coisa que me consome
Discutir quem é dono do Rap
Enquanto a quebrada ainda passa fome
Eu represento meu nome e tem quem
Não entende eu sei
Mas sou tipo uma Monarca protegendo as Vice-rei
Sigo minha lei, e os preto não perde a esperança
E a gente só quer justiça
Imagina se quisesse vingança
Passado roubado não tem preço, pode ter medo
A senzala aprendeu a ler e cota é só o começo
Hipocrisia cria um Holiday
E um Cunha acolhe
Redução e opressão tem pra você escolhe
Bela aparência, mas a alma é imunda tio
Trabalho e resistência por trás das minhas olheiras profundas
Noites em claro, porém não paro, não deixo a léu
Faço o meu corre eu não preciso de Princesa Isabel
Cê diz que não é preconceito, é opinião diferente
Combustível pra opressão que não para de matar a gente
Mas irmão, sem depressão
Tentaram nos enterrar, não sabiam que eramos sementes
Ouvir minha voz
Cantar pré, pós
Por mim, por vós
Cota pra 'nóis' pros boys não é absolvição
(Arthur)
Pôs liberdade em coma
Em quatrocentos anos de escravidão
Mais 115, racismo e morte
Pros manos que vem e vão
Treze de maio foi só um corte
O Solte de um grilhão
Ainda teve anos de luta
E nem sei quantos virão
Só Henriques relembra, Oxente!
Não entende liberta a mente
Emboabas, linha de frente
Tombou negro valente
É evidente, Brasil e a gente
Se molda em revolução
A tempos a gente sente
Reflexos de evolução
'Ou não'
Simonal não pediu em vão
Lutar mais por cada irmão
De Ganga Zumba a Edu Barbosa
Pela paz vários estão
"Num" corre social "alone"
Frisa as marcas que não some
Nos braços, nas pernas, internas
As retinas são como "Domes"
Se até as nuvem quando é preta chora
Não sei se rezo a Oxum ou a Nossa Senhora
Sola rasgada, os pés na terra
O Bantu é o canto que não emprega
Segrega, Olhar de Tandera
Que queima e relembra a sela!
Ouvir minha voz
Cantar pré, pós
Por mim, por vós
Cota pra 'nóis' pros boys não é absolvição
Ouvir minha voz!