Toda rosa traz um talo
Afiado desagrado
Que machuque ao ser tocado
Faz sangrar
Na asa de borboleta
A visão se torna preta
Quando o dedo do xereta
Volta ao olho pra coçar
E o amor que é também de natureza
Vem fingindo sorriso pra mim
Traz consigo escondidos na beleza seu ferrões em bilhões
A famosa viuvá negra sensual interesseira
Do parceiro faz a presa pro jantar
Se a femeá de jõao de barro
Não se prende ao namorado
E depois de o ter trocado não sai mais do lugar
E essa dor que envergonha a natureza
Faz pensar se devo me entregar
Se ate bicho ta morrendo de tristeza
Raciocínio aos poucos me matará
Se o amor não ardesse em ciumes
Se amassemos como ele nos amou
Se corintios nos ditassem os costumes
Amaria sem sofrer nem um temor