Ela quer deitar na “cama de procusto”
Quer caber na roupa que lhe deram
Ela vai passar o dia inteiro lendo
A bula do remédio
Não percebe a armadilha pintada de glamour
Seu desejo é a medida do corpo mítico
Ela vai tomar a pílula dourada
pra caber dentro do frasco
Noites no espelho tendo pesadelos
Será que eu me encaixo?
E trancada no banheiro de novo derramar
Esperança iludida que peso lhe tira?
Todos os anúncios da tv prometem lhe ajudar
Fotos coloridas, bytes de mentiras
Quilos de mentira
E se ela conseguir caber, se encaixar?
Ela vai ficar feliz ou se sentir vazia?
Quanto vale o equilíbrio, a forma e a medida?
Qual o número mais belo que aparece na fita?
E depois que ela couber quem vai lhe garantir
Que o tamanho do seu corpo sustente o existir?
E o frasco quebra se demais se aperta!