Quantas vezes direi não?
Quantas vestes na palma da mão?
Quantos pontos de interrogação?
Quantos sonhos de uma vida em vão
Me perdi por aí em mim
Procurei-me em sonhos nossos
Sol não sou... nem a nossa lua
Mas minha alma é tua
Maldita lei de causa e efeito
Que culpa tive por não ser quem és?
Não acredito que não tenha jeito
Contrário, inverso, oposto, avesso, invés
Procuraste a mim, como te procurei
Se a vida perdi, é que errei
Sem casulo e fontes, me perco em estórias
Talvez me encontres em tuas memórias
E vou desarraigar essa mordaça
De quem tu és agora inspiração
Sem perturbar o som do vinho em taça
Com as batidas do meu coração
Ao mirar-te os olhos percebia
Que não tinha mais que todos os céus
Ter-te era só o que eu queria
O resto, são restos meus
Apenas uma cama de dormir
E o chão que é só de rezar
O retrato que faz sorrir
E essa saudade que é de matar