Pro meu Rio Grande do Sul vou chegando despacito
Montado neses versos onde o céu é mais bonito
Na marca de uma raça que o tempo não apaga
E a briza nas melenas que a tarde me afaga
Cantor e violeiro se reúnem num galpão
Nascendo um mate gordo e cevando a canção
O verso vai e vem contempla o infinito
Remecho no tição pra reacender o pito
A trotezito na essência deste chão
Sorvendo um bom amargo de uma doce tradição
Sou o estalo do angico em pouco luxo
E agradeço a Deus por ter me feito gaúcho
No ponteado do violão vem a Lua no horizonte
E as frestas do galpão traz a alma no reponte
Soluça uma cordiona ecoando no meu peito
Com tudo mais bonito e me dou por satisfeito
Um mate e mais um verso ao pé do fogo de chão
Retrata meu rio grande orgulho desta nação
O acorde me consola e toa um sentimento
Na bandeira gaucha tremulando aos quatro ventos