Peso do mundo carrego nas costa
O meu talento perfura a crosta
Da terra
Soldado bom é o que nunca erra
Jogador vermelho nunca se amarela
Isso não é sítio do pica-pau amarelo
O problema do mundo é que tem muito macaco prego
Pra pouco tubarão martelo
Virando garrafas, quebrando elos
Gosto de me ouvir porque ouço o que gosto
Barriga cheia é tipo comer queijo e ainda sentir o gosto
Minha cabeça tá muito cansada
Já tô cansado de dar martelada
Em cabeça um pouco menos sensata
Minha cabeça tá contaminada
Nunca esfria, nem na antártica
Pouco de paz é só o que te peço
Seu talento ainda é abstrato? o meu é dinheiro, se tornou concreto
Disse "peço", trouxeram a peça
Problema, minha mira nunca é errada
Vocês tão me deixando com raiva
Tipo mordida de cão vira-lata
Admite que perdeu, isso já tá causando tormento
É tipo pedir seu prestígio, no fim das contas receber um Trento
Não quero falar de sofrimento
Mano, é isso que eu estou passando
O problema do homem invisível é que ninguém vê quando ele tá sangrando
Ansiedade não deixa dormir
E acordar é o meu maior pesadelo
Mina, não queria te deixar ir
Isso agora pesa o cerebelo
O teu colo não é meu abrigo
Abrigo é gastar o dinheiro que consigo
Que o tempo tá curto pra eu e meus amigo
Se não for na bala, vai ser suicídio
Branco pra polícia, passando batido
Preto não passa branco, passando abatido
Por isso não tem direito de resposta
Desculpa, esse é o cheiro que a caneta gosta
Faltou luz aqui em Casa
Ela voltou, tive muitas idéia
Praça nossa não, essa é a nossa praça
O que eu não faço pela atenção da platéia
Causo terror, comigo não tenta
Fazendo com quinze o que você não faz com quarenta
No freestyle, mano, você se ausenta
Pra quem quer misericórdia, gosto de açaí cobertura de menta
Quando acham que eu morro, eu volto mais forte
Super Sayajin com cabelo no Corte
Só que preto e o poder ancestral
Te matei, mas foi acidental
Estava com cabeça fria e o sangue quente
Pingo de gelo em águas ferventes
Congelei a água, mano, me aguente
Sempre te falei que éramos diferentes
Tipo mina preta, sente a solidão
Dos menor preto foram confundido
Não tem dinheiro nem pra comprar pão
Gera depressão e frio no umbigo
Branca pode comer esse teu óreo
Que minha faquinha já está no óleo
Botou trança, arranquei, piei no cartório
É que eu sou respeitoso, faço até velório
Trança cremada
Água chorada
Racista branquela, sair picotada
Tipo via sem pedágio na estrada
Gugu viraliza de morte morrida
Nós aqui morrendo de morte matada
Essa é a diferença, aqui na favela, de revista nós não vira capa
Mesmo caindo da escada
Mesmo levando bala
E o país onde não tem racista reclama de papai noel da negada
O que dessa vez eu fiz de errado
Pra ser tantas vezes parado
A pé, de bike, de moto, de carro
O jeito é correr como um leopardo
Tu é daqueles, chuva sai molhado
Mas quer ficar seco com guarda-chuva Fechado
Vendedor é foda
Lembro do dia, vinte quilômetro andados, perdido
Enquanto na sacola
A frustração, zero sacolés vendidos
Um grande sábio me disse mentindo
Orgulho seu início, meio e desfecho
Orgulho nos dois sentido
Mas não importa o esforço, eu nunca faço direito