Eu olho, você nada,
continua parada
ali.
Toda vez que eu te vejo
é como na primeira
que eu vi.
Mas eu chego e você parte,
eu Terra e você Marte,
aliás
você ser carioca
será que me provoca
demais?
Quando você sorriu
me repartiu em antes e depois.
Hoje eu me rendo, rio.
Mil novecentos e trinta e dois.
Eu desço e você salta,
só aqueço e já me falta
o ar.
Eu farol, você sinal,
eu doce, você de sal,
que par!
Você diz “tu”, eu “você”,
você diz: “nu!”, eu “por que?
Nem vem...”
Você Zona Sul, ferver
e eu pensando se eu vou ser
alguém.
Quando você sorriu
me repartiu em antes e depois.
Hoje eu me rendo, rio.
Mil novecentos e trinta e dois.
Você, tão linda,
leva ao fim da guerra
da serra com o mar.
Só esse teu olhar
pra que eu me pegue alegre
de me entregar.
Aqui: selva de pedra,
calor chamam de brega
e hell.
Aí: verão eterno
também chamam de inferno
ou céu.
Você pires, eu prato,
você joga e eu cato
pra mim.
Eu vergonha na cara,
você na Guanabara
e fim.
Quando você sorriu
me repartiu em antes e depois.
Hoje eu me rendo, rio.
Mil novecentos e trinta e dois.
Você, tão linda,
leva ao fim da guerra
da serra com o mar.
Só esse teu olhar
pra que eu me pegue alegre
de me entregar.