Eu pareço ser um Homem-passarinho
Preso na sua gaiola, sem poder voar
E às vezes tanto me sinto sozinho
Que nem mesmo seu ninho pode me afagar
Não adianta só me dar ração
Colocar água e me por no Sol
Só pra me ouvir cantar
Você nem mesmo ouve minha voz
Que a todo tempo pede pra comigo voar
É pena essa minha natureza
Implorando liberdade e seu amor pra mim
É pena essa gaiola tão suja
Pequenina e escura
E eu preso aqui
Quem é você pra me dizer do que eu sou capaz, ou não?
Eu não preciso das tuas migalhas
Eu sou de casa e de você? Preciso não
Quem é você?
Não pense que me vendo por tão pouco
Eu já sou homem, não menino bobo
Que você pisa querendo razão
Eu sou da terra, mas sou homem de valor
O meu trabalho, aqui é feito com amor
Eu juro que eu quero estar aqui apenas de passagem
Não posso mais depender da sua vontade
Já entendi que sou mais um nessa cidade
Infelizmente sei que o santo da terra não obra milagre