Repouso entregue a um colchão de pedra
Incorporando o travesseiro a própria mão
Retratos da nova, cega vida escrava
Enfatizada a culpa da exploração
Esquecendo os erros do próprio passado
Ignorando a fome como obrigação
É só mais um truque, sujo e desumano
Procurando otimizar a produção
Disfarçando as correntes de um mundo novo
Aparentando um trabalho real
Enxutas opções aos que julgam bobos
desconhecida vida do próprio ancestral
Avisa nos quilombos multicoloridos
Que o capitão do mato ta chegando ai
Tentando viver com um trabalho
Acredita não ter outra opção
Vem se contentando com a comida de restos
Assinalando a auto-destruição
Quem tem pouco é sempre jogado pra baixo
Roubar dignidade virou tradição
Destruindo toda sua esperança
Depositada apenas na sua oração
Inexistente admissão do fato consumido
Falha do orgulho, mais um erro capital
Tornando a todos os seus próprios inimigos
Erguendo outra fronteira intelectual
Avisa nos quilombos multicoloridos
Que o capitão do mato, ta chegando aí
Pega no batente doze horas de trabalho
Tu fica na merda tudo lá é esculaxado
Monta o teu barraco, no meio da fumaça
Aqui todo mundo fica junto e misturado
Mesmo sem vacilo tu já ta com a cara a tapa
E se der um pio ouve o grito da chibata
Bota lá no tronco, e deixa marcado
Que esse vacilão nunca mais vai agir errado
Manda o gato ir à caça trazer mais um rato
Cria o teu boçal pra viver sempre acuado
E se um brasileiro não aceita ser mal pago
Pega um estrangeiro e ameaça de deportar
Diz que eu tenho escolha me fala de liberdade
Só que eu faço, pago e ainda passo necessidade
Quem fica por cima, manda de verdade
Desde de cedo ensina a ter preguiça de lutar
Inexistente admissão do fato consumido
Falha do orgulho, mais um erro capital
Tornando a todos os seus próprios inimigos
Erguendo outra fronteira intelectual
Avisa aos quilombos multicoloridos
Que o capitão do mato, ta chegando ai
Avisa aos quilombos multicoloridos
Que o capitão do mato, ta chegando ai