Enquanto a chuva cai e molha minha cabeça
Eu olho para o céu e sei que ele é a certeza
Que o chão pode virar água, lama e escombros
Os motores não funcionam, pior se eu levar um tombo
O meu é biológico, não há quem segure
Sempre gostei de tobogã, mas não de barro e chorume
Vigiem as piscinas para que seus filhos não se afoguem
Mas na rua não tem como, imagine quando chove
É poste, é fio, boca de lobo transbordando
Eu olho para o lado e tem trabalhador chorando
Não sabe se em casa ainda vai sobrar telhado
Tava construindo o forro, tinha quase acabado
Tempestade em copo d'água pra quem tem onde beber
Quem não tem usa a mão que serve pra se proteger
Se o seu vitrô tá embaçado, liga o ar para secar
Mas quem não tem um teto, torce pra água não levar