O tiro na noite da periferia
Ninguém sabe, ninguém ouve, ninguém vê.
O menor morto na manhã do outro dia
Ninguém sabe, ninguém ouve, ninguém vê.
Os ratos roem nosso pão todo dia em Brasília
Ninguém sabe, ninguém ouve, ninguém vê.
O pobre com fome em frente a padaria
Ninguém sabe, ninguém ouve, ninguém vê.
As rebeliões no presídio e na Febem
Ninguém sabe, ninguém ouve, ninguém vê.
Falta oportunidade o nosso povo nunca tem
Ninguém sabe, ninguém ouve, ninguém vê.
Ninguém sabe, ninguém ouve, ninguém vê.
Ninguém sabe, ninguém ouve, ninguém vê.
Ninguém sabe, ninguém ouve, ninguém vê.
Ninguém sabe, ninguém ouve, ninguém vê.
Cadê os governantes que a gente elegeu?
Ninguém sabe, ninguém ouve, ninguém vê.
E as belas palavras que o canalha prometeu?
Ninguém sabe, ninguém ouve, ninguém vê.
Saúde, educação, emprego e moradia
Ninguém sabe, ninguém ouve, ninguém vê.
O que vejo é repressão pelas ruas nas esquinas
Ninguém sabe, ninguém ouve, ninguém vê.
O humilde cidadão sofre agressão policial
Ninguém sabe, ninguém ouve, ninguém vê.
Mas pro ladrão magnata ficar livre é normal
Ninguém sabe, ninguém ouve, ninguém vê.