Na sua festa eu não pago
Mas eu também não entro
Onde mulher não paga
Cê sabe que ela é um instrumento
Escroto machista
Não sou objeto pro seu lucro
Onde a mulher não paga
Cê sabe ela é um produto
Sinta a batida a levada que levo
Espaço das mina, eu alto elevo
Machista não aguenta
Querem nos matar
Censurar, querem boicotar
Estouro dos graves, com denúncias graves
Juntou-se a firma pra denunciar
Querem me oprimir e violentar
Meu corpo, minhas regras, as minas falou
E não finge que não escutou
Vão ter que engolir o espaço é nosso
Com elas eu posso
As mana é osso
Osso duro de roer
Não precisa ouvir pra crer
Tanta merda que ele fala
E ainda tem quem passe o pano
Pros seus rap de engano
Já passaram de mais
Não foram leais
Venderam ideais
Or meros reais (sem valores morais)
Quem tem coragem fala e isso é o que nós temos
Nós não abstemos e também não te apoiamos
Dick vigaristas, dick vigaristas
Boicotem os machistas
Sempre com respeito e humildade pra chegar
Fortalecendo o corre
Aqui também é o meu lugar
Mas hoje não pedi licença pra entrar
Não sou a cinderela
Que cê esperava
Minha vida não é um conto de fadas
Longe de ser a santa virgem imaculada
Perfeita nem pensar
Não fui feita numa fábrica
Cheia de erros
Meu maior defeito
É exigir direitos
Vinda do útero
Lutando hoje pra colher
Igualdade, liberdade no futuro
Peço a deusa livrai-nos dos puto
Proteja meus ovários
Nos becos escuros
Não quero ser mais uma algemada
Na fila do hospital
Porque minha escolha
Interfere sua moral
Sangrar até a morrer
Infelizmente é a realidade
De várias mulheres
Esperando a curetagem
Não faço por ibope
Isso é rap de mensagem
Sergipe, aracaju
Junção da sul e a norte
As mina tão no front
Já não aceita mais os corte
Não mexe com nós
Porque tu não vai ter sorte
A ideia é passar
A mensagem construtiva
Hoje eu já não caio
No papo dos vigaristas
Na sua festa eu não pago
Mas também não entro
Trabalhadora que resiste
Em um sistema que oprime
Na luta não subestime
Vamo de pé no asfalto
Sem silenciar no ato
Ocupando a cidade é de assalto
É conta pra pagar
E ninguém se dá conta
Tem um dedo que sempre aponta
Pra ela enquanto apronta o que quiser
Resiste na contramão só por ser mulher
Que só quer revolução
Se estiver na ação
E o sistema reproduz
O machismo como regra
Nos reduz, conduz
A disputa perversa
E quando eu vi eu pus
Um fim nessa conversa
A mim não interessa
Tanta competição
Em tanta contradição
Pra quê o espanto? não negue o assunto
É um risco que assumo quando canto
Pois sei que em cada canto do mundo
Tem uma mulher aos prantos
Lutando na mesma trincheira
com as vozes engatilhadas segurem o contra-ataque
Saímos do anonimato cortando feito navalha
para pôr a cabeça dos dick vigaristas no prato
Que caiam as máscaras
vim expor seu machismo velado
Se na sua festa a mulher não paga
ela é isca para atrair macho
O hip-hop é unissex, respeite a luta
e tire o puta e a vadia da sua letra sem conteúdo
e carregada de hipocrisia
Consciente até inconsequente
não tente, repense, sustente
Meio diferente mas sempre inteligente
Pra manter sempre forte o elo da corrente
Moça, faz a tua dor a tua luta
Sempre com conduta nunca na disputa
Vamos tumultuar, agregar, unificar
Com o punho levantado
O machismo derrubar
Não tamo acreditando mais em conto de fada
Se liga na levada tamo mais que preparada
Cê pensou que nós num tava né?
Nem desconfiava, agora sente o peso
segura essa pancada
Não se faz de bom moço meu rapaz
Presta atenção se pelo menos for capaz
Somos as bruxas que cês não conseguiram queimar
Com poder da voz, não vão nos calar
Podem até tentar
Até conspirar
Vou pegar no teu pé tiozão
Vou aterrorizar
Não vem me oprimir
Dizer que é 'mimimi'
Misoginia maltrata a pesquisa está aí
Feministo? esquerdo macho!
Passou na minha frente eu não perdoo eu esculacho
Mulher do cangaço
Na sua festa eu não pago
Mas eu também não entro
Onde mulher não paga
Cê sabe que ela é um instrumento
Escroto machista
Não sou objeto pro seu lucro
Onde a mulher não paga
Cê sabe ela é um produto [2x]
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