Portela, pisa forte nesse chão
Quantas lágrimas eu tenho derramado
No infinito deste pavilhão
Bate forte um coração azul e branco apaixonado
Um vento soprou
Seriam asas do Divino?
Foi minha águia, num voo magistral
Me embalou no centenário carnaval
Minha missão se firmou na cadência
Fez escola, cultura, vivência
Estudada com carinho
Samba é respeito, alegria que cura
Majestade que perdura
Onde a resistência se fez ninho
Portela, meu sonho nasce num trem que conduz
Gerações de bambas em Oswaldo Cruz
Desembarcando na avenida
Na vanguarda a profecia
Festa que Esther anuncia
Com sua benção, mãe Oxum
Semeando amor profundo
Viva, Caetano, Rufino, lá vem
O samba dominando o mundo
Cheguei, Fessor, enfim
Vou rodopiar o sagrado cetim
Passei no teste, primeira vitória
Brinquei Sete Anos de Glória
Dodô, menina, obrigado
O Cisne honrou o seu legado
Trovoou, o couro do surdo me chamou
Tabajara chegou, okê arô!
Lendas e mistérios que a passarela homenageia
Com um braço só, malandro não se cria
Deu águia, Paulinho, salve, Candeia!
Ó saudade, me desperta pra folia
Talhado em versos sou alegoria
Com o Sabiá encantei a multidão
O nosso canto virou constelação
Abram alas, eis-me aqui pra celebrar
Com a minha Velha Guarda
Nossas glórias desfilar
Canta, Surica, vem Noca, versar
Vicentina mandou avisar
Que a missão tá posta
Mais belas páginas vocês hão de contar