Não sou nada, apenas um palhaço
Malabarista de situações inusitadas, fugindo do fracasso
Meu picadeiro entre fogo cruzado
Eu te convido, vamos dar um ?rolê?
Vivo por amor, não por querer viver
E se as pedras começassem a dizer: socorro!
Porque o dia-a-dia me mata aos poucos!
E mais uma vez, eu não sou nada
Sou só mais um louco
É muito rara a preciosidade de uma pedra lapidada!
Não sou nada, do que se fala, ou difama
Não procuro fama, fama e cama
São dois idiotas capitalistas
Pensam que compram o mundo com suas mentiras
Mas não compram nem a sola dos seus sapatos
Posso ser feio e exótico, belo e excêntrico, de fato
Mas quando amo as pessoas, consigo fazer
Com que meu coração abrace o mundo inteiro
Mas o nada que sou, corrompe o mundo inteiro!
Ligeiro, uso as estampas do meu rosto, do amor e da paz
Por que gastais o dinheiro, e o vosso suor
Naquilo que não satisfaz?
Eu sou apenas o começo da poesia que nunca termina
Graças ao bom Deus, que me fez completo para mandara rima
E eu ?tô? aqui pra completar,
Se o mundo não tem ?eira? nem ?beira?, onde vai parar
Onde posso encostar meu barco, não sou cais
Sou água que evapora dos rios, mas não sou doce
Sou salgado e triste, e o mais alegre dos homens
Por que sou vivo, por que estou vivo?
E o maior desafio! É entender a silenciosa poesia
Que corrompe o mundo estúpido!
Eu puxaria o tapete, e limparia tudo
Mas parece que o lixo faz parte do mundo
E o grande dilúvio dos seus pensamentos
Te jogam contra a parede!
Os urubus e os miseráveis, tenho que me contentar com eles?
Vai, ?sô?! se alimentar da podridão do mundo. Alguém precisa,
Mas não troco a minha primogenitura, por um prato de lentilha
Porque só a maioria, nada no deserto
Passando fome e sede, e mesmo assim
Ele não desistem, insistem. E se caiu na rede, é peixe feito
E enquanto isso, o oásis acaba. Morrendo no meu peito
Pedras lisas, pedras enrugadas
Pedras fortes, que seguram as muralhas
Pedras finas, pedras lapidadas
Pedras de tropeço que não servem para nada
Pedras lisas, pedras enrugadas
Pedras fortes, que seguram as muralhas
Pedras finas, pedras lapidadas
As pedras clamam, e eu aqui sem fazer nada.