Se me tomassem assim no meio de uma festa
E se afogassem em mim o poço de uma água
Me incendiando no fim a magia das cores
Arco-íris na mágoa de uma lágrima
Seria hélice no vento, o sopro dessa voz
Era um buraco no mundo, eu via a sua alma
Como um coração na carne viva de uma ave
Se debatendo no fio fluido do meu sonho
Me prendia aos finos nós da teia
Como uma seda de um casulo, a roupa dessa voz
Se me acontecesse por um triz
De ter os olhos nus na poesia
Com toda a fantasia bailando à revelia
Incendiando o círculo do sol
E ela foi bailando ao meu redor
E me fez dançar até o fim
Gira, rodopia, faca que tateia
Ponta irreverente de cristal
E ela se foi no brilho de um quasar sem nome
Para o pouso de uma praia onde possa beber do mar