Esta noite eu te convido à quebrar alguns grilhões
Seu corpo é um Quilombo, seu prazer vale um Quilate
É uma pantera negra, quanto um pastor que late
Quilombola, que bola, rebola, não embola
Tem o fogo do Saara, na pele de Angola
Não sacia, vicia, que a transa se delicia
Nosso sexo é sarau, gemido é poesia
Odeia rosa choque, adora Rosa Parks
Na vida de espinho rega rosa em Streets & Parks
Gosta de elogios, no quarto suplica insultos
Geme igual menina, vendo filmes adultos
Adentro sua carne, lhe aperto e arreganho
Ela chove de tesão, com seu líquido me banho
Corpos tem atritos, energias de mil volts
Velocidade extrema igual a perna do Wilson Bolt
Seu gozo escorre, pela coxa percorre
Ensacado de porra, pois a rotina é um porre
Eu cuspo, abuso, eu lambuzo de baba
Sinto o néctar da africa escorrendo em minha barba
Seu corpo é um templo, minha visão se destorce
Exorcismo, ela se torce, contorce
Militância feminista, postura Angela Davis
Tem a libido de balinha, sem estar na Festa Have
Dá uns pega no aperto, nóis se pega e se aperta
Nos querem de grilhões, mas sexo liberta
[refrão]
Um bom lugar (perto dos mares)
Lindo e belo tão singelo pra se amar (Pique Palmares)
É zica, é truta, é meiga, é bruta
É gozo, é luta, é dama, é puta
Sua buça aguça, minha língua degusta
O céu de Buda com os prazeres da augusta
Audácia, eficácia, sempre astuta
Não existe igual, sem substituta
Eu provo o néctar que sai da fruta
Seu líquido jorra como fosse uma gruta
Gosta de música maloca, muvuca
Erva na mente e te beijo na nuca
Não encuca por pouco, odeia um pipoco
Não chapa na coca, mas chapa o coco
Tô pique o Roco, ela bem rouca
A cama hospício, a vida é loka
É terror, é amor, tantos dramas e traumas
Tem a áfrica na pele e a favela na alma
[refrão]
Um bom lugar (perto dos mares)
Lindo e belo tão singelo pra se amar (Pique Palmares)