Me rasga a alma
Com folha sulfite
Somente a superfície
Que faz arder demais
Mas não mata
Só dói quando encosta
Ou se meche sem querer
Me come vivo
Com faca cega e garfo torto
Num prato quebrado
Que é pra demorar à acabar
Essa aflição
De estar com a vista cansada
De ver com a lente embaçada, turva
Me fura o peito com agulha de costura
Fecha a ferida sem anestesia
E desafina numa melodia estranha
Que eu fiz sem métrica nenhuma
Pra dizer que eu não to bem
Mas vou ficar